Madrugada avançada

Barba Ensopada de Sangue
Da necessidade de escrever, ainda que com a madrugada avançada, que põe em cheque os planos pra se acordar cedo amanhã, brotam estas linhas. Necessidade esta que surgiu após uma maratona de Daniel Galera, com direito a um sprint final de 150 páginas de deixar qualquer peão extenuado. E que se digladia com outro ímpeto, um quase incontrolável, de ceder às várias tentações que a internet de forma malévola nos oferece, principalmente o tal do Facebook. Não obstante, resisto, firme e forte, preso a uma página semipreenchida de Word.

Quase uma dezena de linhas depois o sono já é um pouco mais pesado. O relógio também já andou e a vontade de terminar o texto cresce. Mas ainda está curto, é preciso escrever sobremaneira mais para que o amontoado de palavras em sequência mereça minimamente ser chamado com o anglófono nome de post.

3h38, terceiro parágrafo. A vontade de abandonar tudo, de postar qualquer merda, ganha contornos de uma força hercúlea. Começo, como se pode notar no período anterior, a usar adjetivos deslocados, meio eruditos, que chegam a soar pedantes. Acho que a hora é mesmo de terminar por aqui, postar o que já foi escrito, cumprir com o combinado mental e ir dormir.

Enquanto isso, minha cachorra anciã, 15 anos de idade, está estirada no mesmo colchão que eu. Um relógio tiquitaqueteia na estante. Ouço um galo cacarejar, mesmo ainda sendo noite. Agora todos já sabem que estou no interior, pois em São Paulo não se ouve cacarejos.

Dou a última revisada no texto. Acho que é hora. É, é hora.

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