Banheira

5 05America/Sao_Paulo novembro 05America/Sao_Paulo 2010

Ah, o banho de banheira! Nada mais aconchegante, burguês e revitalizante que um belo banho de banheiro em um quarto de hotel caro de São Paulo. Banho de banheiro? Eu quis dizer BANHEIRA. Lá se iam mais de 10 anos desde o meu último banho de banheira. Como pude aguentar tanto tempo assim?

Não sei, não posso responder agora, mas talvez alguém saiba. Por exemplo, talvez seja pelo fato de eu nunca ter topado com uma banheira novamente, só com chuveiros. Banho de rio é bom também, mas não é igual à banheira, cerrado num banheiro, só você, teus pelos  e tua privacidade. Coisa pra se ficar horas ali, só saindo quando a fome bater – como foi o caso.

Dizem que as banheiras são costumes na Europa, mas não por aqui, em terras dos trópicos. É verdade, eu concordo, já morei na Europa e pude confirmar. Aliás, lá a situação era a inversa. Não tinha chuveiro em casa, só banheira. Aí me regozijava toda vez que visitava hotéis onde então podia tomar banhos de chuveiros.  Era uma alegria que só vendo, ver aquela água caindo lá de cima, sob forma de vários micro-jatinhos d’a água. UMA MARAVILHA SÓ COMPARÁVEL AO BANHO DE BANHEIRA QUE TOMEI OUTRO DIA.

Mas agora me dêem um tempo que vou lhes enviar uma provocação: é sabido que banheira, hoje em dia, é sinônimo de posses e galhardia, fineza, primeiro-mundismo; posto isso, pergunto: TOMARIAM VOCÊS UM BANHO DE BANHEIRA EM FRENTE À SUA EMPREGADA NORDESTINA AMPARADA PELO SUS?

Quanto à mim, acho que não. Mas penso que faço coisas piores.