27 27America/Sao_Paulo dezembro 27America/Sao_Paulo 2012

Eram três pessoas caminhando por três estradas diferentes. Nenhuma delas sabia da existência uma da outra, apesar de seus caminhos terem se entrecruzado por algumas vezes. Pensavam-se independentes, sabiam-se solitárias, sonhavam ncom a reviravolta. A primeira, coitada, de tanto pensar, morreu de velha, sem atingir seu objetivo: ser mãe. A segunda, pobrezinha, achava-se louca ao fim de seu caminho, e acabou morrendo engasgada no seu próprio vómito. As esperanças de sucesso residiam na terceira, mas que infelizmente – ou felizmente – também acabou morrendo: explodiu-se em um posto de exército iraquiano.


Sem-pé-nem-cabeça

21 21America/Sao_Paulo dezembro 21America/Sao_Paulo 2012

O retorno à prática de escrita é um reencontro com o cérebro. Com uma parte do cérebro responsável pela articulação das palavras e ideias, pela fluência do raciocínio e pela ponderação dos pensamentos.

É também um reencontro com a música das frases, vírgulas e pontos finais. Para quem um dia pensava que ler e escrever eram coisas supérfluas e desnecessárias, hobby de gente desconectada com os verdadeiros prazeres do mundo – cerveja, mulher e futebol – destilar bem estar no lidar com as letras é algo um tanto quanto surpreendente. Mas não o digo em um sentido visceral. Na verdade não o digo em sentido algum; apenas digo.

Peguemos como exemplo o ponto e vírgula usado no parágrafo passado: “;”

É o “;” um dos artifícios de grande utilidade para aqueles que desejam efetuar pausas. Não pausas tão grandes quanto o ponto final, nem tão curtas quanto a vírgula; mas algo entre ambos, como a que acabei de fazer neste exato momento.

Falando em momento, acho que chegou o momento de pararmos com a metalinguagem e com a divagação e versarmos sobre algo concreto que causa influência sobre nossas vidas; falemos do inverno.

O inverno quando chega traz uma série de contratempos, contratempos estes que nos são impostos à revelia de nossos sentimentos. Gostemos ou não, eles estão lá, coisas como o frio, o nublado, o tempo chuvoso e a falta de luz. Escurecem os dias cedo, e amanhecem as noites tarde. Este é o inverno, o inverno como o conhecemos desde que nascemos, advindo do périplo que nosso planeta faz ao redor do sol desde que o mundo é mundo. Imaginemos se não houvesse a órbita. Que o planeta se mantivesse estático em relação à sua maior estrela que o observa. Não teríamos quatro estações, senão apenas uma.

E aí seria o fim do inverno. Assim como este é o fim deste texto sem-pé-nem-cabeça.