De uns tempos para cá, a população mundial começou a aumentar exponencialmente, graças aos desdobramentos da Revolução Industrial. A invenção da vacina, do saneamento básico, do antibiótico e o aumento da produção alimentar, entre várias outras criações humanas, propiciaram que mais e mais pessoas pudessem nascer, sobreviver, procriar e envelhecer, ocupando nesse processo porções cada vez mais vastas do território do planeta.
Isso implicou em sociedades cada vez mais densas, populosas e complexas. Instituições dos mais variados tipos, do Estado republicano e aparatos policiais a sistemas de saúde e políticas de fomento ao emprego, surgiram para possibilitar a convivência territorial de milhões de pessoas, formando assim uma espécie de tecido social, onde cada ser humano funciona como uma célula.
É importante nos darmos conta, porém, como esse tecido social só é possível se manter mediante um certo equilíbrio das coisas. Esse mesmo tecido pode ser rompido a qualquer momento mediante, por exemplo, uma guerra de grandes proporções ou ainda um colapso econômico. Há países no planeta hoje que passam por esse processo ruptura, tais quais o Iêmen, a Síria e a mesmo a Venezuela.
Não à toa, não são raros os receios sobre uma possível explosão de desordem e caos, fruto de uma implosão do nosso sistema econômico. Marx já havia diagnosticado que o capitalismo, inevitavelmente, estava fadado a entrar em parafuso, o que romperia o tecido social e ocasionaria revoluções. É certo que algumas aconteceram no século 20, mas por diferentes motivos do que os previstos pelo filósofo alemão.
Entretanto, quanto mais velhos e cientes das engrenagens da sociedade ficamos, mais é possível perceber o quão, de fato, nosso tecido social é vulnerável. Como disse Angela Merkel, em recente evento na Europa para celebrar os 100 anos do armistício da 1ªguerra mundial: “a paz não é algo óbvio”.